
Bloco K
Riscos e Benefícios
Leandro Bitencourt Albino

Em nossos últimos conteúdos abordamos sobre os novos segmentos que estão obrigados a implementar o Bloco K em 2025 e também sobre o comparativo da transmissão da versão simplificada e a versão completa.
Hoje vamos falar sobre os Riscos e Benefícios do Bloco K para as empresas.
RISCOS
O Bloco K é na verdade o raio x de toda a produção e do estoque, portanto qualquer divergência no processo produtivo e consequentemente no estoque é facilmente identificada pela fiscalização.
Mesmo que essa divergência seja decorrente de um erro de processo ou da separação de material, a fiscalização sempre vai considerar como omissão de receita, ou seja, sonegação, sendo compra ou venda sem a nota fiscal.
Então, sobre essa divergência incidirá todos os impostos como PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e ICMS. A soma de todos esses impostos juntamente com as multas de mora e de Selic, poderá chegar à empresa uma autuação de aproximadamente 100% do valor da divergência do estoque.
É quase o confisco do valor dessa mercadoria que gerou essa divergência, portanto os riscos são consideravelmente muito grandes.
Um outro ponto de risco que muitos estados têm utilizado bastante é que qualquer obrigação acessória transmitida de forma irregular, é considerada uma inconsistência cadastral que além de multas já previstas pode gerar a suspensão da Inscrição Estadual da empresa até que essa divergência seja regularizada.
Portanto em se tratando do Bloco K, é extremamente difícil que a empresa consiga regularizar do dia para a noite todas essas divergências. Assim, é preciso que seja realizada uma implantação adequada do Bloco K para não correr o risco ter sua Inscrição Estadual suspensa e assim não poder faturar.
E QUAIS SÃOS OS BENEFÍCIOS!
Quando se fala em benefícios do Bloco K, com as experiências que temos de outras empresas, entendemos que eles superam de longe todo o trabalho de implantar e realizar a analise do mesmo.
Apesar do Bloco K exigir uma reanálise do processo produtivo da empresa, ele vai permitir lapidar algumas operações que antes ficavam em segundo plano e que agora é extremamente necessário que sejam revistas.
Dentre as reanálises necessárias podemos citar:
Análise dos processos;
Análise da movimentação de materiais;
Análise do que está sendo consumido na OP;
Análise do que está sendo consumido por requisição como por exemplo: custos indiretos, gastos gerais de fabricação que são rateados para os produtos;
Análise do sistema: como o arquivo do Bloco K está sendo gerado e através da geração do arquivo saber, como por exemplo, a movimentação interna de materiais, registros gerados de OP, desmontagem de mercadorias, reprocesso, dentre outros;
Utilização do Bloco K como ferramenta gerencial. Mas como isso é possível?
Assim, obtendo essas informações é possível utilizar esses dados do Bloco K como uma ferramenta gerencial para melhoria de processos e produção.
E com a implantação do Bloco K na empresa, é possível trabalhar com os aspectos de perda normal, perda anormal, fluxo de perdas durante o processo (o que é descartado ou vendido com resíduo), o reaproveitamento dessas perdas, entre outros.
Tudo isso vai gerar uma base de dados extremamente valiosa para a empresa no ponto de lapidar todo o processo e retirar divergências de estoque.
Um outro ponto muito importante é que, com a metodologia do Bloco K é possível otimizar todos os processos para garantir que o consumo esteja correto dando base para a formação de um sistema de custos adequados, coordenado com a contabilidade. Pois a geração de um sistema de custeios sob bases incorretas de consumos e perdas, geram uma distorção no consumo, no resultado, na formação de preço e consequentemente em todo resultado da empresa.
Assim o Bloco K, é mais que uma obrigação fiscal, ele é um aliado para que a empresa consiga enxergar de forma ainda mais detalhada o que está acontecendo em sua produção e trabalhar para retirar essas divergências.
Inventário e o Bloco K
Queremos destacar também sobre a importância do inventario que normalmente as empresas realizam de forma cíclica ou uma vez ano.
No levantamento do inventário pode-se gerar muitas divergências que precisam ser ajustadas, principalmente de produtos que foram consumidos na produção, mas que ainda constam no estoque da empresa. Neste caso, para serem baixados do estoque, muitas empresas realizam ajustes ou a baixa como perda.
Uma vez que esses produtos são baixados como perda, é necessário estornar uma série de créditos, gerando prejuízo mais uma vez para a empresa.
Então o Bloco K, nesse sentido, vai trazer benefícios em alguns pontos como: a lapidação da produção, correção de estoque, possibilidade de gerar custeio de forma mais adequada; e ser uma ferramenta permanente de análise de produção.
Assim, ressaltamos que vale a pena implantar o Bloco K mesmo para as empresas que ainda não estão obrigadas a realizar a entrega, pois ele se tornará um mecanismo para levar sua área produtiva para outro patamar.
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Postado em 27/05/2025


Leandro Bitencourt Albino é Diretor Técnico da Albino Oliveira Consultoria Empresarial.
Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade Machado Sobrinho e, MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de empresas e Diretor Técnico na Albino Oliveira Consultoria Empresarial, possuindo experiência de 29 anos nas áreas contábil e empresarial. Autor de diversos artigos com ênfase na melhoria de controles gerenciais e na redução da carga tributária através da implementação de regimes especiais de tributação para otimização de resultados nas empresas. Palestrante e facilitador com ênfase em treinamentos in company.